21.10.17

ESCOVA ELÉTRICA: SAIBA SE VALE A PENA INVESTIR


Cada vez mais escovas elétricas ocupam as prateleiras das farmácias e dos supermercados. Mesmo assim, são as convencionais que costumam parar nas pias da maioria dos brasileiros. Será que, em nome da saúde bucal, chegou a hora de aposentar os modelos comuns e investir na versão movida a pilha ou bateria? Bom, algumas pesquisas já compararam os dois tipos. Uma delas, conduzida na Universidade de Sheffield, na Inglaterra, aponta que as escovas com movimentos automáticos de rotação e oscilação são, sim, mais efetivas para remover a placa bacteriana e reduzir o risco de desenvolver gengivite. Porém, outro experimento, esse assinado por uma equipe do Hospital Frenchay, também no Reino Unido, não chegou a quaisquer evidências de que elas realmente limpam melhor os dentes.
"Ainda falta uma prova clara de que as escovas elétricas sejam mais eficazes em relação às normais", resume a dentista Livia Tenuta, professora da Faculdade de Odontologia de Piracicaba, da Universidade Estadual de Campinas, no interior paulista. "Muitos dos trabalhos científicos disponíveis não cobrem um período de tempo longo o suficiente para avaliar todos os possíveis efeitos dos equipamentos mais modernos", explica o odontologista Fabio Correia Sampaio, docente da Universidade Federal da Paraíba.
Embora não exista um vencedor incontestável nesse duelo, os profissionais já citam alguns benefícios obtidos com as elétricas. "Seus movimentos padronizados, por exemplo, são bem-vindos. A gente nota que, na escovação manual, eles podem variar bastante", observa Livia. "As versões que realizam oscilações e rotações automaticamente chegam a funcionar de modo semelhante à limpeza feita pelo dentista", acrescenta o periodontista Cláudio Mendes Pannuti, professor da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo.
Suas cerdas também levariam certa vantagem. "Por serem diminutas, permitem alcançar partes dos dentes que os tipos tradicionais não conseguem atingir", nota o cirurgião-dentista José Luiz Lucarelli, membro da Academia Americana de Cosmética Oral. Para o odontologista carioca Mário Groisman, mestre em ciências dentais pela Universidade de Lund, na Suécia, as escovas elétricas ainda podem servir como motivação extra para higienizar a boca com mais frequência. "Além disso, elas são especialmente indicadas para pessoas que apresentam incapacidades motoras", avalia.
 Apesar desses pontos a favor, é recomendável conversar com o seu dentista para calcular se, de fato, o investimento em uma escova elétrica trará retorno a você. Mesmo se optar por uma delas, não deixe de buscar orientações sobre como utilizá-la - não, não basta só encostar suas cerdas de qualquer jeito na dentição. "Às vezes, movimentos inadequados podem até causar prejuízos", alerta Sampaio. No final das contas, todos os especialistas concordam que, para manter a boca limpa e protegida, importante mesmo é a forma e a regularidade com que escovamos os dentes e passamos o fio dental. Não há tecnologia capaz de desbancar a adoção desse hábito.
 Apetrechos que fazem a diferença
Determinados modelos elétricos não se limitam a mexer suas cerdas de um jeito padronizado com o apertar de um botão. Hoje em dia, por exemplo, há escovas que vêm acompanhadas de um timer. "Ele mostra o tempo que se deve passar higienizando cada área da boca", destaca Livia Tenuta. Já outras opções conseguem perceber quando você exagera na força da escovada. "Se o indivíduo aplica muita pressão, ela para de funcionar ou reduz sua potência. E isso evita machucados na gengiva", esclarece Cláudio Mendes Pannuti.

7.10.17

DEFICIÊNCIA DE VITAMINA A DEVE SER RESOLVIDA PELA ALIMENTAÇÃO




Pesquisas sobre a deficiência de vitamina A geralmente são focadas em bebês e crianças com menos de cinco anos de idade, sendo muito associada ao desmame precoce.

Mas um novo estudo, que acompanhou quase 2.800 crianças com idades entre 5 e 12 anos, constatou que as crianças com menos vitamina A (retinol) no sangue têm maior incidência de diarreia com vômitos e tosse com febre.

"Estudos com crianças mais velhas têm incluído uma variedade de micronutrientes administrados juntos, mas nenhum estudo tinha estimado apenas o papel potencial da vitamina A neste grupo etário," disse Eduardo Villamor, da Universidade de Michigan (EUA), orientador do estudo.

A equipe também mediu os níveis de outros micronutrientes que são importantes para o 
sistema imunológico, incluindo zinco, ferro, ácido fólico e vitamina B12 - mas apenas a vitamina A estava relacionada às doenças.

"A associação que encontramos com a vitamina A seguiu um padrão de dose-resposta, em que maiores concentrações de retinol no sangue estavam relacionadas com menos sintomas," disse Villamor.

Especificamente, eles calcularam que, para cada 10 microgramas por decilitro de retinol presente no sangue, as crianças experimentaram 18% menos dias com diarreia e vômitos, 10% dias com tosse e febre e 6% menos visitas ao médico.

A conclusão do estudo, publicado The Journal of Nutrition, é que a deficiência de vitamina A deixa as crianças mais propensas a ficar doentes com problemas respiratórios e gastrointestinais.

Alimentos, não suplementos

Por outro lado, os estudos têm mostrado que a prescrição de vitamina A na forma de suplementos para crianças não gera resultados consistentes.

"Os efeitos dos micronutrientes, incluindo o retinol, podem variar em diferentes configurações devido ao estado nutricional subjacente da população, aos padrões epidemiológicos dos microrganismos que causam a doença - seja viral, bacteriana ou parasitária - à idade e, possivelmente, ao sexo das crianças e a outros fatores. Definitivamente, é incerto se a suplementação seria a única solução para tudo," disse Villamor.

Assim, o que parece mais adequado é cuidar da alimentação das crianças.

Os alimentos ricos em vitamina A incluem, entre muitos outros, abacate, abóbora, brócolis, cenoura, mamão, manteiga, agrião e tomate.